sexta-feira, 14 de novembro de 2008

As térmicas serão o subprime do Brasil

by Ivo Pugnaloni 0 comments

Já recebi mensagens anonimas e assinadas dizendo que eu estava
exagerando quando dizia que, enquanto a ANEEL "economiza com pessoal"
mantendo apenas 12 engenheiros em seu quadro para analisar 27 mil MW de
projetos de hidroelétricas, o Brasil compromete-se com Bilhões de Reais
ao ano, nos leilões de energia, contratando térmicas que ganham até
paradas e vão ganhar muito mais quando precisarem ser ligadas.
Tudo por causa do tal cálculo do Indice Custo Benefício dessas térmicas, que faz com que elas pareçam, nos leilões, terem preços muito melhores do que realmente tem, fazendo assim que elas ganhem todos os leilões contra PCHs e eólicas...
Pelo jeito, agora, já não sou mais o unico "exagerado", além do Roberto D'Araújo, que acha que tem coisa muito errada nesse cálculo...
Ou pelo menos nos seus resultados para o Brasil e principalmente para os consumidores...

O Vice Presidente de Geração da CPFL Energia, Paulo Tavares também acha
a mesma coisa e corajosamente, está apontando que o sistema corre enorme
risco de ter seus custos levados à estratosfera.

Leia essa declaração dele à imprensa no ultimo dia 28 de outubro no 10o
ENERCON e responda à nossa enquete ou coloque seus comentários nesse post.


 
Na hora de responder à enquete, por favor seja sincero e responda a essa pergunta simples:

Você acha que toda essa má vontade, esse pouco pessoal destinado a
analisar aprovar projetos de hidroelétricas, essa confusão criada para privilegiar autores de inventário, que está na cara, vai criar intermináveis conflitos com os proprietários das áreas atingidas e com o meio ambiente, essa antipatia gratuita com relação às eólicas, essa boa vontade e esses estranhos critérios que parece que foram criados apenas para beneficiar as térmicas que ganham até paradas é :

a) coincidência

b) coincidência e incompetência

c) esperteza

d) muita esperteza


e) nenhuma das anteriores


Térmicas são o "sub prime" do Brasil e geram ônus de R$ 7,5 bi em 2009 ( equivalente a um Bolsa-Familia)

O vice-presidente de Gestão de Energia do Grupo CPFL Energia, Paulo
César Tavares, disse nesta terça-feira (28/10) que o volume de geração
térmica a óleo contratado nos últimos leilões poderá trazer em 2009 um
custo adicional da ordem de R$ 7,5 bilhões ao bolso do consumidor. O
montante corresponde a pouco menos do volume de recursos gasto pelo
governo federal com o programa Bolsa Família no ano passado, sendo que o
risco desse dispêndio extra para o sistema é calculado em 5%.

O buraco na oferta é de 2.800 MW, informou, e tem origem em contratos
firmados com as distribuidoras e que não serão cumpridos por conta de
problemas com a operação da AES Uruguaiana, prorrogações no Proinfa,
recálculo das cotas de Itaipu, escassez de gás para térmicas da
Petrobras e falta de lastro na conexão com a Argentina.

O problema, questionou o executivo, ainda não teve discussão adequada.
Em cerca de uma semana a CPFL Energia enviará resposta à Aneel quanto a
proposta oferecida pelo grupo AES em relação ao cancelamento do contrato
de fornecimento da térmica de Uruguaiana com a distribuidora gaúcha RGE.

?As térmicas são o ?subprime? da geração?, comparou Tavares, para quem,
além do preço excessivo da produção na base ? em torno de R$ 500/MWh ?
essas usinas enfrentarão sérios problemas de abastecimento de
combustível. Também não fez muito sentido, complementou, a contratação
da chamada energia de reserva, tendo em vista que nem os contratos
normais estão sendo atendidos. ?Seria recomendável ainda rever os
cálculos de remuneração das térmicas a óleo tendo em vista a queda
acentuada do preço do petróleo?, sugeriu.

Presente nesta terça-feira ao 10º Enercon, promovido em São Paulo pelo
IBC Brasil, o vice-presidente da CPFL Energia está pessimista com
relação à nossa dependência de combustíveis derivados do petróleo.

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Ivo Augusto de Abreu Pugnaloni
Engenheiro eletricista, ex-diretor da COPEL, atual diretor da ENERCONS Consultoria em Energia Ltda.
ivo@enercons.com.br

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